Quando claudicando por charnecas e pântanos excurso
trago nítidas na retina imagens apostas às da água viva,
em rio límpido cujas torrentes d’agua não vejo o curso;
no pântano em mim, vejo a atonia d’água contemplativa.
Expostas emoções estagnadas, as investidas lamacentas
são símbolos da retenção neurótica do todo impulso vital;
sinto dos espectros estremeções, turbações fraudulentas,
habitam elas porões de minha alma acoimada desse mal.
Súbitos conteúdos tão recalcados, são noções maltrapilhas,
recordações erodentes trazem remorsos, graves armadilhas,
que a consciência refuta desejando desvincular das agruras.
Porque na verdade não consigo raciocinar como os perenais,
condicionados a ver raios de estrelas pairando sobre mortais,
final suspiro nos escombros antes de saírem das sepulturas.