Num labirinto que a saída veste a dúvida
Na alma que a procura pulsa um coração
Com a arte de um sonho que a cor é vida
Mergulha na ilusão em que jura ser razão.
Passos falsificados pela verdade contida
Nas mãos do olhar que o brilho é traição
A história que o enredo, a ela lhe é lida
Pelo cotidiano que a certeza não é chão.
Vago sentido que o respirar lhe é violência
Em forma e carência que o hálito suscita
Anuviando o senso pela falta de cadência
Do sistema que em contramão por essência
Não emociona quando não mais se acredita
No real que a escrita sofre a sua ausência
Murilo Celani Servo