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Re: FONTE DAS LETRAS
Obrigado, Anggela.
Na verdade, isso me preocupa um pouco. O soneto é como se fosse meu quotidiano, isto é, qualquer motivo poético do dia a dia eu vislumbro primeiro como um soneto. Tenho procurado variar mais, escrevendo rondéis e redondilhas, por exemplo, mas é tão "natural" o ritmo heroico que sempre caio na tentação de mais um soneto...
Escolher a forma poética para mim tem a ver com o tipo mensagem que quero passar. Apesar de não seguir uma regra rígida, procuro trabalhar textos confessionais em prosa poética ou ligeira. Textos de motivos folclóricos ou de cultura popular mais acerbada, redondilhas. Já os rondéis, eu só escrevo se tiver um refrão bom, forte, sonoro... As baladas que escrevi, quiçá, foram temas mais libidinosos ou zombeteiros, tratando dos aspectos mais difíceis do relacionamento amoroso.
Tem ainda as fases, creio eu. Tive uma breve fase de haicais e experimentei muitas formas livres, as quais denominei genericamente de "Improvisos".
Sempre estou aberto a escrever usando qualquer forma poética, mas reconheço que o soneto é a mais recorrente por razões que sou incapaz de explicar.
Se for me basear em referências poéticas da História da Literatura, creio que eu -- tal como todos de minha geração -- amamos os modernos e depreciamos os parnasianos. Aliás, uma das coisas que mais admiro em Fernando Pessoa ou em Drummond, por exemplo, é grande variedade de formas poéticas que ambos utilizaram ao longo de suas vida, sem preconceitos de escola literária.
Desculpe-me, Anggela, por me alongar em um simples comentário. Apenas quero que saibas que não sou obcecado apenas por sonetos e amo, como tu, a poesia em suas mais diversas formas.
É isso.
Abraços, RicardoC.
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