interação com o poema “SOU” da poetiza Maria Valadas
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Se és a pétala que cimando o caule pelo colibri anseia,
deixes despreocupada beijarem-te as ondas altaneiras;
permitas que a veleidade de um momento sobrevenha à razão,
e cesses a resistência dessa maré peregrina, eterna caminheira.
Esses teus sentimentos sugerem cumplicidade,
divide-os pois, comigo, leda, sem mais demora,
deixa-me fazer parte desse plenitude.
Libera o guardado segredo da vontade,
esqueça a virtude cogente nas atitudes;
nesses anelos róseos de plena juventude,
premente anseio que de teu coração aflora.
No reflexo formoso da lua vistosa
sejas a gota cintilante do orvalho suave,
baixes esse talude que protege a renitência
essa vicissitude de momentos sensuais
.
Sejas fênix ressurgida das cinzas antes que finde o fôlego,
seques as lágrimas que teimam encharcar teu rosto,
mas venhas sossegando todo tua ansiedade.
Deixe de viver os sobressaltos de outrora,
encontres em mim mais que uma metáfora.
Deixes que a aurora te encontra lidima senhora
e relhe meu peito, assente sem dó a espora
faça com que espanquem anseios para fora
na cumplicidade silenciosa da mansidão desta hora
Fiques para um sonho realizar....
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.