[centerDedico este poema à Sol
« O que faz andar a estrada?
o sonho.
Enquanto a gente sonhar, a estrada
permanecerá viva.É por isso que devemos caminhar»
Mia Couto
ABANDONADO
Corria Abril.
Sentia-me triste,
Acabrunhado, febril.
Saí de casa,
A alma em brasa
E fui sentar-me na beira do caminho.
Nos campos
Desabrochavam as flores, Os pássaros chilreavam,
Esvoaçavam
Debicavam-se, beijando-se.
Era uma sinfonia primaveril.
Era a primavera .Era amor.
O mês de Abril!
Assustado, um bando de pássaros
Levantou, chilreando, esvoaçando sobre ti
Passavas linda e sorri
Trocamos olhares.
Seguiste andando
Levantei-me e segui-te.
Então,
Andando
E atrás de ti caminhando,
Fui sonhando.
Que sonhos!
Que momentos riso
Perdi-me sonhando.
Apressei o passo
Com desembaraço
A teu lado me pus.
A partir daí
Foste a minha cruz.
Foste a minha vida
Foste a minha luz,
Foste primavera
Foste poesia,
Sentida, sincera.
Foste felicidade
Foste dor de Saudade, Foste ansiedade.
Tudo em ti, s
Só amor eu vi.
Contigo sorri
Quantos beijos dei !
Mas chegou a hora P
Passou outro Abril
E tu foste embora
Sem dizer adeus.
Vejo o céu sem lua.
Perdi o caminho.
Não tenho os abraços
Nem os teus braços
Que eram fortes laços.
Nem te dou carinho, Não bebo o teu vinho
Quando cai a tarde.
Eu ando sozinho,
Neste mar da vida
Como um nauta errante
Sem achar guarida
Como em ti, querida.
E ando por aí
Chorando por ti.
Dedico este poema à colega Soli num momento dificil