Sonetos : 

PLUVIAL

 
Tags:  SONETOS 2001  
 
PLUVIAL

Chove. Sim, n'estas horas sempre chove...
Faz muito frio e escuro desde dentro.
Chovendo, toda ideia em mim concentro,
A despeito que sob trovões eu trove.

Chove. Vaga memória me comove
Enquanto o último pórtico lhe adentro:
A vida não está mais no seu centro
Como a Terra... E no entanto ela se move!

Chove. Acho que também eu hoje chovo...
Lágrimas incontidas rolam entre
Meus extremos antípodas de novo...

Chove. Ora e ainda sob trovões eu trovo,
E, embora eu universo nenhum centre,
Como a Terra... E no entanto só me movo...

Belo Horizonte – 25 11 2001


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/11/2015 16:11  Atualizado: 25/11/2015 16:11
 Re: PLUVIAL
E chove, também, poeta Ricardo, uma enormidade de sentimentos.

Grata pela leitura deste belo soneto.

Um abraço,

Anggela