PLUVIAL
Chove. Sim, n'estas horas sempre chove...
Faz muito frio e escuro desde dentro.
Chovendo, toda ideia em mim concentro,
A despeito que sob trovões eu trove.
Chove. Vaga memória me comove
Enquanto o último pórtico lhe adentro:
A vida não está mais no seu centro
Como a Terra... E no entanto ela se move!
Chove. Acho que também eu hoje chovo...
Lágrimas incontidas rolam entre
Meus extremos antípodas de novo...
Chove. Ora e ainda sob trovões eu trovo,
E, embora eu universo nenhum centre,
Como a Terra... E no entanto só me movo...
Belo Horizonte – 25 11 2001
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.