Poemas : 

Ponto de partida

 
Uma linha de luz arqueada
Flutua suspensa
Na extensão do braço, onde a força
Abandona o corpo

O grito de vidro soprado vazio
Impera calado
Quando o silêncio reflecte a voz
Da sombra quebrada

Por passos
Que se afastam e convergem

Ao ponto onde a tristeza absorvida
É libertada
No instinto irracional e separador
De um adeus.


Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
Autor
silva.d.c
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Enviado por Tópico
JCJ
Publicado: 24/11/2015 23:31  Atualizado: 24/11/2015 23:31
Da casa!
Usuário desde: 16/10/2015
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 368
 Re: Ponto de partida
Obrigado pela leitura de vosso texto.
Abraços.
JCJ


Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 13/08/2016 08:46  Atualizado: 13/08/2016 08:48
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Ponto de partida
“Uma linha de luz arqueada/Flutua suspensa/Na extensão do braço” – eis o ponto de partida.
A luz, partindo desse lugar, “onde a força/abandona o corpo” prossegue, abandonando o seu ponto inicial, trazendo-nos o que esta ausência de força acarreta:
“o grito de vidro soprado vazio” – um grito agudo, angustiado, que nos estilhaça de vazios enquanto “impera calado” (apesar de audível) “quando o silêncio reflecte a voz”
ou seja, por outras palavras, quando a voz não é reflectida.
Por esta altura, a “luz arqueada” inicial já é uma “sombra quebrada” e prosseguimos novamente “por passos/que se afastam e convergem” (a linha recta sempre nos será difícil, senão mesmo impossível… até porque estamos a falar de luzes arqueadas e/ou de sombras quebradas, sendo a dissolução do movimento mais que justificada).
O final é o “ponto onde a tristeza absorvida/é libertada” quando se dá o distanciamento do que originou o arqueamento da luz e resta um “adeus”.
Um poema-percurso que nos vai conduzindo o olhar desde um ponto de partida até à casa final, de rup/tura.