Sonetos : 

Entre os abissais

 

Foi quando o dia inteiro emanou do ventre os metais,
o mês de agosto lembra o gosto do centeio maduro.
tantos nas florestas quanto nos afrescos celestiais
sempre haverá mais diversão se for jogo no escuro.

Quando acima das nuvens escurecidas pairam demônios
depois do branco fulgem esmaecidos raios no porta ló,
só veria um memento de lucidez antes dos pandemônios
espargindo puro tom de ouro no enxoval de quem vive só.

Só por um momento duvidei que do céu de azul banhado
casais de pardais naturais pediriam mais vidros de sais,
teriam a respiração abrupta de um aparelho desligado.

Entre os abissais enfrentando temporais setentrionais
doente meu coração parte em busca das mentes joviais;
tudo tão silencioso, diferente das musicas do passado.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
Texto
Data
Leituras
898
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
22 pontos
2
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/11/2015 19:13  Atualizado: 23/11/2015 00:21
 Re: Entre os abissais
Sim,eles tem uma vida de desafios inumanos porém a beleza que encerram dentro de si,superam os madrigais e todos os sons dos metais que tentam decifrar as notas caladas dos pardais...
ah! Meu doce amor... Como arqueia as gotículas desses sais e notas tão finas, dançando cada recanto de silêncios cantantes aos ouvidos que os criaram.
Não duvide... Não tenha receio do céu partir para a estação dos cometas,lá espera o vinho boreal, o pão léxico e sobre tudo... Dos abissais o mais bonito dos abraços.
Bom ouvir sua música Garoto... Sentir o milagre das incógnitas tão mais certo do que o caminho do seu ventre que me gera contos,cantos e poesia.