A astúcia da letra de Camões,
Solta-se em alqueives folhões.
Aclaram-se nos confins da memória
Revividos num só olhar
Modéstias do rechego da história,
Assustadoras tempestades de mar
Silêncios aviltados da vitória.
Elevam-se alvitres esquecidos.
Orbes luculentas do crepúsculo
Saídas deste mundo minúsculo.
Bustos imperiais e imponentes
Adornos de fidalgos abastados,
Riqueza de campos verdejantes,
Oceanos de Neptuno destronados,
Eunucos de haréns espampanantes,
Sangue derramado por bravos soldados.
Amores na rebentação das iras
Segredados por Deuses olímpios
Sedentos de ósculos profundos.
Irreverência beliz dos jovens,
Néscias criaturas sergentes,
Almas perdidas.
Lágrimas outrora valentes
Agrilhoadas pelo ódio dos homens,
Divididas em dois mundos,
Olvidadas por seres impios,
Sentenciadas à morte nas piras.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma