Despautério
Sempre que tuas mãos escuras e toscas
na tua boca a secura amarga
amarra e sufoca a fome
e no teu grito a dor dos aflitos
neste mortífero ódio que apregoa
com razão mas a toa
onde a chuva não cai
em pleno verão.
Não existe sentido incendiar
teu próprio corpo e desnudar
o que é dos outros e morrer
e matar na contra mão.
Não é possível que não temas
o cemitério que não sejas
um pouco sério
porque queres o impossível
que é ver este império
de joelhos neste chão.
Pesa tanto o teu desejo
que inspirado pela lua
que incita as marés
pela cruz pela espada
pela dor que ainda é tua
e que reforça a tua fé
Neste peso sobre os corpos
dura e curta é tua vida
explosão mais que sentida
enquando mata...morre em pé.
Alexandre