Não sei por que esta pena desliza leve
se os meus versos já não falam como antigamente
e os meus dias por aqui se preanunciam breves,
deixando um enorme vazio tão somente...
Não clamam mais os meus singelos sonetos
nem quando eu declaro amor eterno pela musa...
Não fazem mais ecos as juras que te prometo,
nem as rimas pobres que a minha poesia usa...
E se me vou, sei que vou sem deixar saudades,
pois saudades de poeta são devaneios e quimeras...
Eu sim, que vou levar saudades das falsas verdades
que me fizeram alçar vôos para ficar sempre nas esperas...
Estou perdendo o gosto pelas palavras e devo isso a você,
que nas entrelinhas dos teus pensamentos divaga a esmo,
tecendo versos tão esplendorosos quanto difíceis de entender;
tudo para encobrir as amarras que traz dentro de si mesmo...