A ROGO
Probo, escreve junto ao que hei escrito
Àqueles que me pedem testemunho,
Firma ao papel as marcas vãs que cunho,
Pretendendo, por fim, algo haver dito.
Para os devidos fins, meus erros quito
E pesares dos quais mais me acabrunho...
Declara-me, porém, de próprio punho
Todo esse espólio inédito e inaudito.
Cuida que deixo a ti o ônus da prova
De que o havido nas rimas tem valor.
Em meu nome e por mim, mas com luz nova.
Bem haja essa fidúcia ora em favor
D'alguns ouros de tolo que se trova:
Sê da obra d’oravante bom tutor.
Belo Horizonte – 23 06 2004
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.