ENERGÚMENO
Diz-se de qualquer homem possuído
Que, transtornado, para o mal se inclina.
Eis tudo o que o vocábulo me ensina
D'algo à sombra d'um anjo decaído.
O energúmeno é o homem que despido
Da própria humanidade, ora assassina.
E o que fica gravado na retina
É a imagem do monstro desmedido:
Em face d'alma humana já bestial,
Desfigura-se o corpo pelo mal,
Com transportes de fúria, ódio e terror.
Mas jaz na mais profunda escuridão
De nós aquele cuja má razão
Tem perverso prazer em causar dor.
Belo Horizonte – 11 09 2001
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.