Toneladas de lama
E já não há o doce do Rio Doce.
No Bataclan
O sangue a jorrar
Sem piedade.
Peixes a boiar
Vida que se esvai
Das margens insólitas do Rio Doce.
Choro e lágrimas
Banham os rostos pálidos
De quem viu a vida desaparecer
Do dia para a noite.
Em meio as luzes multicoloridas
Paris chora seus mortos espalhados pelo chão.
Comoção universal
Não no meu nome!
Nigéria...
Boko Haram mata sem piedade
Os cristãos e as minorias de uma sociedade esquecida
Mas quem se importa com isso?
Lágrimas de um mundo em flagelo
De uma sociedade violenta
Discursos
Falácias
De governos ditatoriais...
O ovo da serpente
O fogo do dragão
Lágrimas de crocodilo
Sonhos desfeitos
Pela embriaguez
Pela estupidez humana.
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense