Crónicas : 

Sobre terroristas, galinhas e gansos

 


Sobre os recentes acontecimentos ocorridos em Paris, antes de tudo, repudio qualquer forma de violência gratuita. Contudo, confesso-me estarrecido com a forma com que estão sendo divulgados os fatos. A grande imprensa faz uma cobertura que a meu ver, transforma toda a civilização ocidental num bando de galinhas. Passivos e combalidos indivíduos que diante de um ataque covarde preferem fugir e realizar manifestações praticamente inócuas a demonstrar não só o repúdio, mas a coragem que deve existir em cada ser humana, mesmo diante de eventos sobre os quais não tem poder de decisão.

Antes que seja massacrado por alguns por estas opiniões, explico que não foi noticiado nenhum ato que pudesse ser traduzido ao menos como uma débil reação aos covardes ataques. O que poderiam fazer as pessoas diante de indivíduos fortemente armados. Digo que pouco, mas muito mais que uma debandada em desabalada carreira, cada um procurando salvar a própria vida.

A imprensa mostra a civilização ocidental como fraca, debilitada e incapaz de reagir. Não digo que sou herói e que aquelas pessoas deveriam sê-lo. Mas, se a iminência da morte é uma realidade, o pânico coletivo em busca de uma fuga nem sempre eficaz não me agrada. Será que não havia ninguém armado? Não havia uma faca, um objeto de peso para ser usado como arma? Não havia uma cadeira ou um cinzeiro que pudesse ser arremessado?

Seremos sempre galinhas a mercê de qualquer agressor enquanto a reação for meramente didática como as que ocorrem. As potencias mundiais que dizem combater esses atos esbarram nos interesses políticos e econômicos. Parece que não há interesse em destruir bases terroristas se esses interesses não forem observados. E morrem os ocidentais como galinhas em debandada no terreiro.

Mas os gansos também morrem, porém quando percebem um estranho, mesmo que seja um animal infinitamente superior em porte físico, as fêmeas formam um círculo ao redor dos filhotes abrindo as asas e gritando com alvoroço. Os machos atacam o invasor mesmo sendo abatidos nesse intento. Não se verificou nenhum movimento assim naqueles acontecimentos bem como nos que o antecederam. Recordo-me que os terroristas que atacaram as torres gêmeas do Word Trade Center em 2001 estavam armados... com estiletes de cortar papel.

 
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LM.remora
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/11/2015 23:10  Atualizado: 16/11/2015 23:10
 Re: Sobre terroristas, galinhas e gansos
hoje, perguntado sobre o futuro de seu país, um francês disse ao repórter(entre outras palavras): "(...)a vida tem que continuar..(...)"

isso responde(eu acho) à sua pergunta sinal de algo ligado à coragem que perdemos, como homens que somos(e franceses, ou não) quando algo nos ameaça(a nós todos!) em dada situação de ataque iminente que nos cercar..(qual foi de exemplo a alguns dos pontos de ataque dos terroristas).
vê bem: nós amamos a vida! nós queremos e sempre desejamos, ser imortais. vide até mesmo, às todas religiões que mantém o aspecto de um ser imortal, incomensurável, blá-blá-blá..
já aos demais que outorgam-se a fazer de seus atos, um massacre vivo da liberdade, ou seja, os ditos terroristas, a morte é algo mais que as suas próprias vidas! pode ser-lhes um prêmio, um mérito, uma conquista e usam esse argumento, acredito eu, para crerem que fazem o bem a quem eles servirem. a quem eles gostam, até!
então, me diz:
qual é o maior ponto de coragem, neste aspecto? quatro terroristas, armados com metralhadoras e coletes-bomba ou um milhar de pessoas que amam a sua vida e fariam tudo para viverem mais um minuto sequer, que os quais que, afinal, morreriam ali?

eu, na versão mais "heróica" de mim mesmo, tentaria salvar as pessoas ao meu redor, mas.. atacar um desses caras que querem morrer?
não. eu acho que não..
e é por isso que essa guerra é tão cruel, pra todos nós e até mesmo, pra eles.. porque não há vencedores. ou perdedores maiores.. só há o culto, velado e administrado, da morte.
a morte da liberdade.



um Abraço, Luiz!