Pretendo ter um final apropriado sem mais delongas,
e quando a minha hora final chegar partirei sem peso;
fiz-me das agruras e pedras das veredas mais longas
- soubesse quem me amassou o pão, ficaria surpreso.
Vestirei trajos capazes como os de reger orquestras,
não terei mais companhia de um cão, o fiel companheiro,
sem queixas, lágrimas deixarei fecharem fenestras,
acessos invisíveis incompreensíveis ao olhar terreiro.
Quando tomar o caminho da borda final desta terra,
sei que o amor não vai desaparecer como por encanto,
em tal ocasião, inda terei o que em você se encerra,
Porquanto, se não posso leva-lo a servir-me acalanto
- no mundo desconhecido deverei emergir do pelágico -
ficará para transmutar a tristeza como algo mágico.