Há escuridão e luz, existe a luz mesmo após os crepúsculos,
palavras tais não se lêem assim amiúde em qualquer brochura,
são verbetes para eles distintos, um grafa-se com maiúsculos,
como brumas fossem impuras ante a esplendorosa brancura.
Nos andares por minhas sendas de fel procurando respostas,
creio eu jamais soube por que os invernos não fazem distinção
não poupam os puros, aos ímpios banindo na neve das encostas,
morre o justo, sem que o pecador expie, e essa é a questão!
Dizia minha mãe, dúvidas faziam minha alma pequena. Ai!...
- " Como pode querer viver imerso entre a escuridão brutal,
desejando que entre escolhidos pelo frio estivesse o seu pai?".
Então, passei a perambular pelo mundo para encontrar a luz,
louvando os invernos, vendo só trevas no claro lume matinal,
no entanto, ter n’olhos brumas num dia claro é o que seduz.