Crónicas : 

Doce Jully arfante com os raios da estrela azul polar

 


“ Tudo sobre o que não gostei parece estar marginalizado e sem pernas. Mas, na maior parte do tempo, qualquer um e qualquer coisa ainda vão saber que
deuses e astronautas não podem ser misturados.”





Todos que me conhecem sabem o quanto aprecio o aroma do café logo pela manha. Hoje, porém me perdi nos lençóis pensando que ela estaria em algum lugar perto dali, com esse olhar doce. Chamei mas não respondeu. E no silêncio profundo, podia ouvir o som das folhas caindo das bétulas em queda vertiginosa rumo ao solo, como os doces beijos que me dedica. Se você fosse uma folha, gostaria de poder ser o sol para aparecer em meios às nuvens dispersando a neblina e condensando as gotas do orvalho depositada em você como os mais doces beijos em todo o perfil do corpo suave. Entre a revoada de pássaros do arrebol, aturdido com o turbilhão de gorjeios percebi que o seu nome soou entre as cores do arco iris, agora com uma dúzia de tons divididos em luzes angelicais sobre as brasas que queimam como o fogo da paixão consumindo outonos e confundindo todas as cartas do baralho num festival de naipes suspirando pelo dia de amanhã.
Já me disse que não vai querer mudar nada e isso é bom. Já me acostumei com o gosto do pão com manteiga e de um fim de semana sem nada para fazer. Também já estava acostumado a voltar sempre para o mesmo lugar, todos os dias, todas as horas em todas as posições. Ai vem você, doce Jully, e olha para mim desnudando minha alma, desconstruindo todas as palavras que pensei jamais poder dizer. Sabe que a solução não esta na adjacência das miragens que aumentam as conchas de madrepérola, matrizes dos sonhos de minha alma. Bom quando olha assim para o meu interior desnudado e vê entre outros tantos eus lá inquilinos um especial que a agradou. Melhor ainda que esse fosse o último dia de ontem, depois do que os amanhãs sempre serão mais alegres e coloridos. Bom mesmo, doce Jully, quando você olha para mim como se estivesse livrando do passado e não quer mais ver outras sombras, respirando arfante como os raios da estrela no frio polar.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 11/11/2015 12:01  Atualizado: 11/11/2015 12:01
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Doce Jully arfante com os raios da estrela azul polar
Amigo Poeta
Perfeito! Levei!
Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/11/2015 14:29  Atualizado: 15/11/2015 04:30
 Re: Doce Jully arfante com os raios da estrela azul polar
Segundo documentário secretíssimo, os deuses e astronautas não se misturam pelo fato das costelas de tanto um quanto do outro serem transgênica e ocorre de um para o outro uma mutação para além do biológico,por isso que o café sorve os lençóis espreguiçados de um momento sublime na aula básica para flores e cactos calientes.
Até onde pude sentir profundamente os ventiladores gigantes, entraram dentro do envelope de poesias recém-nascidas e fez uma tempestade magistral, a tal ponto que a colheita de sorrisos bobos foi aclamada como generosa,safra surpreendente.
(A padaria da esquina fechou e uma horas dessas meu estoque de parafusos e leite de sabão com leite condensado zeraram)
Fome insana!! deve ser o raio...
E então... Tenho desejos as vezes de mastigar devagarinho... Um naipe macio, é o que dá sair de casa sem lanche de apoio.