Queria poder ao menos chorar pelo que não se vai,
assim poder ser livre, tentar recomeçar outra vez.
Queria poder chorar, diante do túmulo de um pai,
emudecer, vendo um milagre impossível dessa jaez.
Furto-me criança d’ olhos tristes, mas brilhantes,
esperançosos, sempre de um dia poderem a porta
ver abrindo-se e pelo desvão, contra luzes-hiantes,
vislumbrarem a imagem qu’ao passado transporta.
Queria poder chorar... celebrando um amanhecer,
onde a esperança não se veste do linho do luto,
chorar sobre algo... que escondo no peito resoluto.
Dolorosa é a via do náufrago perdido do escaler,
como no sonho onde a primavera começa em maio.
Preciso poder chorar! Ou nas trevas me desmaio!
[....o peito urge em senões
quando sinto que quero chorar sobre algo muito, muito mais....
irresistivelmente...
irremediavelmente...
apaixonadamente
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e renascer.....................................................................................................