Quis o sol vestir o dia
numa hora parada no tempo
o esquecimento bate forte...
Em todos dias
há sempre um pouco
de primavera e outono
sem nunca esquecer
o inverno e o verão...
Para lá de todas as ilusões
há um turbilhão
de emoções abertas em feridas
novas e antigas
com a garra de tantas cantigas
Agora opto por não as soletrar...
Habito no silêncio
deito-me e sonho com ele
não o abandono
é ele o meu eterno dono
amigo e concelheiro..
Abro a fonte de mim
para os horizontes comuns
sem esquecer
que a construção do caminho
é feita pelos meus passos...
Na poeira que faço e desfaço
em todos os braços
cansados e ocupadas
calejados e marcados
pelo passado presente
na frente de um futuro
que somente eu aseguro
os muros das minhas permissões...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...