Mais um feriadão delicioso,
quatro dias de leseira,
contemplando o povo ocioso,
nesta crise passageira.
Entramos no possante,
eu, os piás e a Jurema,
para a praia sempre avante
esse era o meu sistema.
Um franguinho com farofa,
refrigerante, a cervejinha,
a maionese que quase mofa
no tuperware da vizinha.
Ainda na descida da serra,
Jurema disse dos receios:
_ “ Vê se desta vez não erra,
e cuidado com os freios”
Quando a descida começou,
lá na curva do laranja,
foi que a coisa desandou,
- até ali só dava canja.
O possante carregado,
foi ganhando velocidade,
na ladeira desengatado,
deixou Sampa na saudade.
Já prevendo o perigo,
Jurema gritava “pracarai” ,
cutucava meu umbigo,
rezando um “crendospai”.
Foi preciso minha intervenção,
para acalmar a filharada,
mais Jurema na locução,
- a coisa estava danada!
“- Jurema, nada tema,
que nós não somos loucos,
não tem nenhum problema
este carro para aos poucos.”