Lá na alta montanha, vislumbro a paisagem exuberante, sem deleite. Para lá doutros montes a minha amada desliza, vogando, no lago azul.
Invectivo o vento que passa e lhe rogo que se faça brisa ondulando fresca na distância. E que, nessa brisa, carregue todos os murmúrios de meu ser e os deposite em seu seio.
Que, gentil, um toque sensual seja meus lábios que beijam os seus e a sua face de lírio. Que, esse toque se prolongue e seja minhas mãos febris tocando os seus cabelos soltos.
Depois, vento, retorna célere, terás as merecidas alvíssaras, e libertar teus rugidos de furor. Na noite, parindo mil pesadelos, poderás dançar com as tormentas que, em mim, são perpétua solidão.