Beijo-te, meu amor, os pés As pernas esbeltas em arco, As coxas e ancas ondulantes. Cada beijo, um leve sussurro de amor, de doação, de desejo, por ti, peregrina do norte.
Beijo-te, querida, teu velo, coberto de sedosa penugem, e o teu ventre que se eleva. Beijo o receptáculo sagrado da semente que te fecunda e da vida renascente de nós.
Beijo-te, carinho, teus seios, vasos plenos de vigor e néctar, e tuas finas ilhargas frementes. Beijo-te o colo sem ostentação, a face perlada de suores acres, os lábios carnudos em sorriso.
Beijo-te, ternura minha, a testa, os lóbulos que ouvem meu ciciar, a nuca que se retesa antecipada. Beijo-te os ombros que se elevam e desfalecem prisioneiros de mim, em minhas mãos que te acariciam.
E, meu amor, se tuas mãos esqueço, por intenção vergada ao egoísmo do momento, não me queiras mal... Ávido, espero que me acaricies a face e, junto à tua, sussurres: "Vem, amor, beija-me outra vez!"