Tudo se move, tudo é movimento:
A voz; o olhar; o sentimento; um beijo; um abraço; o momento
Em tempo oposto, o que não se move, estagna
Morre e apodrece, desintegra-se e desaparece.
O movimento gera mudança
A mudança é condição essencial à liberdade
E a liberdade é o regresso à origem homem.
Abraço a mudança
Eventualmente, ao mudar, estou a aproximar-me de mim.
Não me conformo, dou-me ao desconhecido
Se não tiver medo de ter medo, não mais terei medo.
Ter medo é ter uma calculadora no cérebro
É racionalizar os sentidos, equacionar a alma, fraccionar o coração
É calcular o Pi dos sentimentos e ficar prisioneiro da certeza.
Nunca me dou inteiro ao que me é familiar
Crescer é não ter família, é não criar laços com o tempo.
A família estende-se ao longo dos anos, passado e futuro
Pertence à longevidade do corpo
Aos laços da juventude e da velhice.
Vou além da consciência do corpo
Acreditar apenas na realidade do corpo físico é a vitória do ego
É morte em vez de vida, é certeza em vez de dúvida
É prisão em vez de liberdade
Deixo que apenas o presente me seja próximo
Que o movimento me seja voz e olhar, e sentimento e beijo e abraço
Deixo que o momento me seja mãe, pai e irmão
Amigo e desconhecido, que me seja o filho que trago no colo
E viverei, para cuidar dele com amor.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.
Re: Momento segundo
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