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Se o tempo por ti passa
Também passará pela massa
de gente que vive na praça
imagem que fica em tua retina
Se o tempo do gracioso
E alegre voo da garça
Passará a buscar sua caça
No convés do pequeno barco
De pescadores na madrugada
Separando o pescado da jornada
A cada novo despertar recomeça
Em Arraial do Cabo, pontal de Atalaia
Se o tempo das marés cheias
Pode trazer inevitáveis mudanças
Passará por turbulências,
Em suas cíclicas andanças,
Na dança cósmica de planetas,
De luas, asteroides, cometas,
Canoagem sideral que desafia,
As corredeiras de esperanças
Se o tempo pode trazer sonhos,
Uma possibilidade real e concreta
Passará por todas as galáxias,
De Antares a Andrômeda,
Ao "pequenino" sol nascente
Em formas tais que todos os seres
Na inexorável partida, no seu poente
Evoluem nos mesmos ritmos cósmicos
Se o tempo segue no curso histórico,
Da Assíria a Babilônia, Atenas a Alexandria,
Sempre flui no sentido da existência,
Não há que temer a vida, ela "possui" o tempo...
AjAraujo, o poeta humanista, passeando nos portais do tempo, re-visitei Garcia Llorca, Neruda, Manuel Bandeira, e soltando o verbo no verso, escrito em julho de 2001, revisitado em outubro de 2015.
Arte por Raceanu Mihai Adrian, pintor romeno, surrealista.