Tenho dentro de mim um labirinto,
E aonde eu vá, não me desvencilho dele...
Tenho dentro de mim uma estrada,
Pra onde eu vá o caminho me trai...
Fui pela beirada feito barra de calça,
Mas nada me faz voltar...
Finjo mil sonhos, mil devaneios;
Um cavalo branco, uma camisa de seda, ou de Vênus;
Uma sereia no mar, um amor caliente, finjo na inconseqüência,ser um poeta genial...
Este é o meu mal, pereço na angústia desta transição...
Finjo ser um homem nu, em pêlo e pegadas ao chão,e mais...
Eu finjo ser Deus, eu finjo ser um cometa, e mesmo que cometa incúrias, as fúrias me levam à loucura!
Ah! Finjo dores imaginárias, amores e paixões determinadas,finjo ser uma alavanca pra orgia, ou quem sabe uma cachacha de bar...
Ah! Como sou louco, destempero meu ar com gotas de ilusão...
Mas perenes conflitos ressurgem, em meus poemas que de um extremo ao outro sou perito...
Ah! Meu humor é sarcástico, mas envolto em inocência, faz parte do meu pouco ensinamento...
Antes de mais nada, me apresento: Sou um poeta por opção, homem por honra, ser humano por necessidade, e vivo por coincidência...
Se finjo que não vejo estrelas, é por que Deus as recolheu do varal!!!
(Dezembro de 2006)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)