Poemas : 

Fim Do Estio

 
Uma gota cristalina desaba do empíreo
E balanceia sobre a folha do velho tinhorão.
Depois se queda e se desfaz molhando o chão
Respingando nas folhas alvejantes de um lírio.

Outra gota desaba num lago de águas turvas
E, gota que é, acrescenta quase nada de líquido.
Levada pelas torrentes a gota dissolvida faz curvas
Serpenteando na massa aquática de um outro rio.

Mais um gota desaba dando de beber a plantação
Sofrida pelos anos de cruel, persistente e feroz estio.
Um cheiro de poeira perfuma os ares daquele sertão
Uma alegria infinita invade as plantas, o gado do tio...

Por fim chega a chuva lavando folhas, telhas e telhados
Alimentando os lençóis e as esperanças daquela cidadela.
Lá longe uma morena fica a observar a chuva pela janela
Sonhando, com os olhos cheios de chuvas, enamorados...


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 26/10/2015 23:42  Atualizado: 26/10/2015 23:42
Usuário desde: 03/09/2012
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Mensagens: 18165
 Re: Fim Do Estio
Gyl
Belo poema!
Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/10/2015 12:10  Atualizado: 27/10/2015 12:10
 Re: Fim Do Estio
Um lindo poema ao ser belo estilo,

As folhas do tempo não se fecham, cai algo sobre o silêncio que cobre a luz da saudade.