UM AMOR ANTIGO
Não poderia amar senão àquela
Que tem passado por amor antigo.
É mentira, mas serve ora de abrigo...
Pois, passado, o presente me revela.
Em tempo: não que fosse assim tão bela
Ou que tenha vivido bem comigo.
Antes sou eu que já não mais consigo
Ter olhos para ver qual me via ela.
Mesmo que conseguisse o que esperei,
Posso ainda acabar como acabei:
Na noite mais escura, um infeliz.
Não teria d'amores receios vis,
Não fosse apenas pânico ao que sei
Ou esperança que nada mais me diz.
Betim – 01 05 2003
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.