Refém do tempo quando tudo é oposição
Extremos longínquos a um simples tato
Em que o desejo distraído se torna aparição
Pela dimensão da conjuntura que me é fato
Presente que o disfarce se desfaz por afeição
A um coração que o pulsar jovial e ingrato
Sentencia o olhar que o interior é a escuridão
Anacrônica pelo veredito vil e censurado
Dicotomia do olhar que a forma retém o brilho
Subverte a alma que eterna é pura fantasia
Pelos instantes que o movimento fora do trilho
Corre-me de ti quando o sonho ainda não existia
Perpetua o intervalo me tornando um estribilho
Mensurado pela distância eterna que me é agonia
Murilo Celani Servo