Usuário desde: 29/01/2015
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Re: À CÉTICA
O objetivo desse soneto era encorajar quem vê sua fé frustrada, negociada, corrompida...
Duvidar é um processo de produção de conhecimento defendido pela escola filosófica dos cínicos, na civilização grega antiga. Quando a gente pega uma verdade dogmática e propõe uma interrogação após, a pergunta gerada pode suscitar respostas no mínimo mais interessantes que a mera repetição da definição do dogma.
A dúvida, portanto, não é uma coisa ruim em si, mas antes parte do processo de purificação da verdade que é a crise. Estar em crise é atravessar um momento de questionamento necessário para o aprimoramento de qualquer coisa que se pretenda verdade. Crítico, portanto, seria aquele que questiona o estabelecido no afã de encontrar a verdade muitas vezes escondida sob os discursos.
O problema desse processo alicerçado na dúvida é não perceber seu limite. Descartes, por exemplo, estabeleceu no seu COGITO ERGO SUM um dogma individual capaz de romper com o extremo da dúvida: duvidar de si mesmo enquanto realidade.
Nesse caso, propõe-se ao leitor (identificado com o TU-POÉTICO) confiar ao menos em suas intuições e sentimentos, haja vista que até as razões sejam não interesseiras e destrutivas.
É isso.
Abraços, RicardoC.
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