Confesso que me sentia meio como que culpado por ter atrapalhado e ameaçado o discurso dos céus. Sabia que viria em ondas, meio desgrenhadas e muitas vezes desprezando o riso dos demônios durante as tempestades. Mas, amanhã, um sol vai inflamar o céu trazendo outras ondas, estas de salpicos de ouro, aquecendo o orvalho e as lágrimas que brilham em olhares invejosos.
Desejo a todos que, quando o braço cansado da noite atingir a raia, satisfaça a todos que gostariam de se aposentar. Não num mosteiro, mas nos bosques distantes onde os servos desrespeitam as proibições caçando cervos envergando alegres vestes verdes.
Pois bem. Havia mesmo neve nas agulhas dos pinheiros quando dei a ela o anel. Acho mesmo que as folhas sussurravam antes dos gritos desesperados da noite caírem como granito e pingos de cera de velas bentas assumirem notas amadeiradas. Advirto porém para que não deixem pássaros no céu. As florestas são escuras e não existem mais animais épicos como Godzilla sob os ciprestes fazendo companhia aos sete anões.