Coração de mãe é o músculo mais elástico do corpo do ser humano.
Aperta até ao infinito em cada tosse, a cada sangue que se solta do nariz, a cada febre, a cada dor.
Alarga brutalmente a cada sorriso, a cada vitória, a cada sucesso escolar.
Encolhe tremendamente quando se ausenta a comunicação, quando se sente tristeza, quando se pensa problema.
Fica preso por um fio e por vezes chega mesmo a saltar-nos para as mãos quando sofrem, quando choram, quando não alcançamos trazê-los até nós.
Estica como nunca tornando-se grande de mais para encaixar no peito quando se assiste a uma formatura, um prémio, uma realização, um casamento, um nascimento.
Aí entra o coração de avó, que é mãe a dobrar, a saltar novamente do peito com as maleitas, com as ausências, com os choros.
E a preencher o peito com os abraços, com os beijos, com as gargalhadas, com as cumplicidades, com os segredos.
Ilia Mar mãe