Às vezes o silêncio incomoda-me.
Principalmente o meu
e a minha inércia,
por não saber como, nem para onde...
ou sabendo.
Mas o medo
esse que me trava quase todo o instante
aniquila-me a acção.
Por isso peço-te que me contes coisas
qualquer coisa
(menos fazer críticas ou falar dos outros)
qualquer coisa como histórias, vidas
a tua principalmente
porque a dos outros, a eles pertencem
e tu,
tu estás comigo
talvez mais, do que eu contigo
mas não é por mal ou porque não queira
apenas porque sou assim,
inconstante...de satisfação
ou porque tenho outra visão,
ou até talvez esteja,
só que de outra forma
que não a tua.
Dou-te valor,
Imenso valor
e admiro-te também!!
Tenho-te como uma relíquia
das tuas bondades sinceras
do teu coração nobre,
mesmo estando ferido, como de esquecido.
Eu não sei se já deste conta
mas hoje já sorris mais, muito mais!
E é tão bom,
tão agradável ver-te sorrir!
ainda mais porque já não é para me satisfazer o olhar,
nem porque o peça
já o sentes
e sentir tem de tão misterioso
como de gratificante
e sei, que é aí que eu participo
(que aí tem a minha quota-parte)
e isso deixa-me feliz.
O silêncio volta a assombrar-me
e acuso-te de pouco falares
de te deixares só na presença física
principalmente lado a lado.
Só que a mim não me basta.
Preciso de avivar a mente,
incentivando-me a funcionar
num contra ataque saudável
de interacção lúdica, criativa
e ao mesmo tempo animadora
impulsionando-me para o desconhecido
(acompanhada).
É disso que o meu mundo é feito
(aquela cumplicidade inexplicável).
Mas a vida simples,
em estar,
reconfortada com um dia, de cada vez
preenche-te
julgo até, de mente e corpo.
E eu luto para ser igual
para completar os espaços vazios de nada
ou a falta de tudo.
E dou conta que a minha diferença nada tem de indiferente,
nem ao que me debato
é só a diferença em Ser e Querer
que tanto nos afasta
mas que também, nos aproxima.
Luka