Busco às cegas o semblante que cobres, Como quem busca no vácuo um alento, Ofereço-te uns versos, de rimas pobres, Jogo aos teus pés e assim me apresento.
Recebes trêmula minhas palavras doces, Como quem teme a sandice dos ventos, Digo que irias pra onde quer que eu fosse, No conforto dos braços que hoje ausento.
Mas sei que me aceitas no peito calado, Mostro-me dócil, vou ganhando espaço, Anseia o teu corpo o pouso ao meu lado, E já te agradas de provar do meu abraço.