Procuro minha face nas tuas retinas,
E encontro uma imagem desbotada,
O tom fosco das cores desgastadas,
Sem o brilho do amor que as ilumina.
Quisera eu ter na minha aquarela,
A mágica tinta que os traços apaga,
Diluída na água salobra da mágoa,
Pra extirpar teu olhar da minha tela.
Quem sabe te recubro com nanquim,
Ou deixo que derrame fluído carmim,
Qualquer jeito que teu rosto desfigure.
Quem sabe me agrade da tela escura,
E seque o carmim que sai das ranhuras,
E encontre no tempo a cor que me cure.