<br />Valhacouto
Longe de eu obscurecer nos tugúrios
entre betumes e azorragues.
Afasta a azáfama das asas
— todo deserto é um pio insólito
no labor fátuo de teus vôos.
Alaridos! Becos, vácuos e átrios
Lastro! Vasta semeadura do pó.
Interiores de aços frios e baços
— opacos de meus cantos
ao pranto porcelana dos anjos.
De um alpendre pende o bronze
zoar dos dias lidas fadigas.
Prumo sonoro guia-me
— carismático morcego
mensageiro de meus cantos.
Nas marés esvoaçam tuas azáleas
apregoadas nas escamas.
Olores outrora prometidos
— esmaecidos convés
lírios casquilhos viés andrajos.
Perdem-se nos templos uma pluma
vácuo contido nos silos.
Limbo solene vão da falta
— entoam perenes coristas
regência de minhas odes lástimas.
Decifram-me as garatujas sábias gruas
empedernidas dermes.
Estátuas sacras sargaços
— cantam a fala do rouco
deitam na vala o louco da falha.
Lábios empalhados clamam do vime
ao sustenido chamado.
Sustos decanos enganos
— escusam ouvidos e só
castas legiões inversos portais.