“ Do que eu nessa viagem desusada,
No ar quando me vi, quando enxergava
Só a cerviz da fera maculada:
Com tardo movimento ela nadava,
Que gira e baixa pelo vento eu sinto
Que em torno ao rosto e abaixo se agitava.
A Divina Comédia - Canto XVII
Não, não é qu’eu não seja cordial,
não possa expressar em palavras
dispersas, rajadas sentimentais,
ledas nas lavras do coração-gentil,
mas qu’ outro possa intuir hostil.
Deixe qu’ outros seres perversos,
lá fora - calafrios de versos frios,
senso controverso de quem s’ atreve
com voz breve, a cantar nos rituais.
Não, não! Não nasci com sorte do pobre
para louvar aqueles tribunais,
que canta o poeta dos gentios.
Se nobre com o dom dos alfarrobais,
suporte cerviz de fortes impulsos
libertando do anil ascetas avulsos,
e que a música transporte calma,
a ‘lma no cantil inobstante cariz.
Então, ele teria por mim a luz ,
digna das fossas adorbitais
- imagens e os sons fluíram
da matriz sob palmas da seta
Que não soçobre a meta operatriz
ao som do cobre era bem mais feliz
- só então disseram que era poeta!