PRODUTO DO TEMPO
(Jairo Nunes Bezerra)
Trazido pelo vento vejo uma rosa solitária,
Vegeta pelo chão...
Lembro-me de outra de mim visionária,
Prostituída, não alcançou a amplidão!
Quando jovem e graciosa fora uma guerreira,
Amontoava dinheiro com veemência...
A supremacia de um banho fazia-a faceira,
E asseada vendia seu corpo com coerência!
Jovem ainda sentia por ela vexatória atração,
Recusado pesava a humilhação,
O meu dinheiro era escasso!
E hoje vendo-a triste e envelhecida pelas ruas,
Foi-se o desejo de vê-la nua,
Apenas de mim liberado ficou o descaso!