Despejo no clarão da lua meu lamento,
É um canto de dor dentro do meu peito.
Imploro tua face, um aceno, um alento,
As palavras que cheiravam amor perfeito.
Se são tão belos meus versos já não sei,
O sangue que escorre é ainda mais vivo.
É o castigo por tantas vezes que eu errei,
Sem teu apreço nos meus versos sobrevivo.
É frio no chão que caí, na solidão do exílio,
Logo eu que tanto abominava este martírio,
De não poder ouvir a canção que me ninava.
Eu sonho estar de volta na minha morada,
Contemplar a serra em uma noite enluarada,
Sob o lindo olhar da menina que me amava.