Sonetos : 

Razão

 
Quando um dia eu morrer, que sorte,
não quero terra, campa ou jazigo,
para que não se acoitem à minha morte,
só de cinza pretendo ser vestido!

Que arda o fogo no meu corpo,
queime a dor que me viveu a existência,
pois só assim, sobre tábuas enfim morto,
será cinza a solidão em permanência!

E se p'ra matar esta fria solidão
o único caminho for morrer,
então, semeio a morte no fundo da razão!

E assim, já tenho uma razão para morrer,
é preciso libertar meu coração
da amarra que é pensar em não sofrer ...


Ricardo Maria Louro


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
523
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.