Desespero
Vivo onde o nevoeiro matinal me manda,
tão longe de tudo.
Parto para paisagens mais belas, para
ritmos mais lentos, longe da realidade.
È constatar um dormir permanente,
nas estradas que sigo.
Habituar-me a incógnitas, a perguntas difíceis para
com o propósito de esconder a verdade de mim.
Porêm, no final, só tenho respostas inacabadas,
húmidas e levadas pela maré.
Respostas sem rumo, em linhas tortas sustentadas,
instáveis na minha complexidade.
Um medo glacial congela-me a coragem, a bravura
no confronto directo.
A única saída é aguentar o sol que me ofusca e esperar
que a noite traga-me novas esperanças.