Fogo-fátuo
Se por ventura me defender
Da sorte e me alojar no forte
Que eu construí, saberei suceder
Ao ciclo em cruz do vento do norte
Ficarei assim, meio desnorteada
Como todos os que enfrentaram
A sua última e derradeira morada
E que por fim, ali se demoraram
Diz-me vento, que por mim
Te vestes na madrugada
De todos os aromas de jasmim
Baixa o fogo-fátuo num rio sedento
De todos os corpos nus, que cessaram
Já todos os moinhos de vento
Dolores Marques, Poemas 2014