Sou um homem simples que não soube, ao mundo, se adaptar
Meio branco, pouco cabelo, com muitas duvidas na mente.
As vezes poeta, sempre tímido, mas caminhando pra frente
E assustadoramente ainda não aprendi, a vida, saber levar.
Não sei como cheguei até aqui, apesar dos fios brancos da barba
E também da idade que chegou, isso ainda sem vaga de idoso.
Não fico bem na foto, embora faça pose, não tenho nada de soberba
Vivo sempre entediado, me apetece os versos, sou um pouco caridoso
Já fui mais esguio, mais tolerante, já me chamaram de “bonito”
Tenho poucas rugas, têm muitas coisas que já não sinto
Já fui melhor poeta, melhor pai, melhor filho e melhor marido
Dentro de mim algo ainda de revolta, de amor, de ódio, de revolução
Cresci, sofri, vivi, vibrei, tingi com todas as cores meu coração
Me falta alguma coisa, vivo pra conhecer o meu eu desconhecido