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Misteriosamente eu te amo...

 
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É Deliciosamente delicioso Amar-te!

Help! Help! – Eu estou te amando!
Infinitamente eu gosto de te amar e, esse meu modo de te amar é tão bom que, já estou sentido que infinitamente estou gostando de te amar.
Amar de amor, amar de querer, amar de desejar, amar de estar junto de ti e de poder te ver, enfim, deixar a minha alma se espraiar mansamente sobre a tua; essa sim, seria a doce, desejada e indizível sobreposição.
Agora, confesso-te que já me sinto refletida em teus lindos olhos, e vejo-me percorrendo como menina afoita pelas tuas teimosas lembranças de mim, e assim, sinto o teu gesto impensado aconchegando-me carinhosamente ao teu arfante peito, com aquele teu singular gesto cândido e mimoso.
Ó divino Amor!
Sem dúvida alguma, e eu juro por todos os deuses e por todos os cupidos que, tu foste levantado dos meus sonhos através da minha força anímica para, viveres comigo essa incompreensível e doce realidade.
Por isso, eu misteriosamente te amo, porque passei a ver em ti um cacho louco de esperanças, prontos para serem colhidos na vindima do nosso adolescente amor.
As nossas irreverências, saborosamente inteligentes, dizem bem do nosso bem estar de alma e, nessa química misteriosa, nós somos mágicos alquimistas dos nossos lindos e projectados anseios.
Não mais me prostrarei ante a solidão, agora vivo esse inexplicável entorpecimento onírico e a gravidez rica do nosso amor.
A minha riqueza não está na posse gananciosa de preciosos metais, está sim, agora depositada nas moedas raras, infinitas e castanhas do teu lindo olhar.
Ó amado!
Afaga-me com os teus beijos, pois o cálice floral dos teus lábios contém o néctar da vida e do amor.
Tu sabes que esse mistério da vida nós teremos que vivê-lo e, para que possamos transformá-lo num interminável idílio, eu vou precisar para sempre dos teus lindos olhos, dos teus lábios, do teu corpo, do teu mel de ti por completo.
Amo-te misteriosamente e descabidamente e, por ser assim um enigma e fascinante absurdo, doravante me prostrarei indefesa entre as tuas mãos.
Por que elas, afinal, também cabem docemente em minhas mãos e conhecem já de cor as linhas do meu corpo.

E.L.


E.L.

 
Autor
Emilia Lamy
 
Texto
Data
Leituras
1916
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