<br />Victor JerónimO
Portugal/Brasil
Era uma vez, uma rosa pequenina, que ficou perdida num canto perdido, num canteiro perdido, numa guerra perdida.
A sua famíla à muito que tinha partido ceifadas pela fome ou por estilhaços das bombas que por ali perto caíam.
Mas a pequena rosa resistia incólume a toda esta desgraça e teimava em sobreviver.
Sua fome era saciada pelas pequenas gotas do orvalho da manhã que ela bebia sequiosamente, tentando sobreviver num mundo que ela sabia ter sido belo, pois o ouvira contar às suas irmãs falecidas.
No meio de tanta maldade ela crescia a cada dia mais bela, e os que a olhavam esqueciam momentâneamente os horrores devassos de uma guerra fraticida.
Um dia, um ser pequenino refugiou-se no canto que guardava a rosa; armado, ele estava de metralhadora e granadas, defendendo ou atacando a vida.
A sua infância ficou perdida num país onde as crianças não existem e onde o mal impera a cada esquina.
Tristeza de um pequeno ser e onde os seus brinquedos sempre foram as armas. Sua alma estava triste e muito cansada, naquele instante.
Precisava de sonhar, necessitava de algo belo que o fizesse esquecer os horrores em que vivia.
Então ele olhou e viu a rosa.
Seu coração enterneceu-se por momentos, o desejo de transmitir um carinho mesmo que a uma rosa instalou-se nele.Saindo do seu canto foi afagar e cheirar a rosa.
Um silvo, um estampido.
Menino da guerra e rosa perdida uniram suas vidas para sempre.
27.08.2004
Victor Jeronimo
(Portugal/Brasil)