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Tempo Inacabado

 
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Tempo Inacabado

Passado, tempo perdido no sonho,
idade da inocência adquirida,
resvalou por mim vertiginosamente.
Presente, tempo feito do medonho,
do sobressalto nocturno vivido
ao dia estéril em vazio da mente.

Futuros são sóis de hojes adiados
por mais uns ontens feitos amanhãs,
mero sucedâneo de horas passivas.
Roem, vorazes, ideias altivas,
as rotinas das noites em manhãs,
amas dum universo entrelaçado.

Minutos são espinhos afiados
que, cruéis, em mim penetram bem fundo,
ignorando meus gritos desvairados
por ti perdida, por aí, neste mundo.

Segundos, fontes estéreis, sem água
que me dessedente deste ardor.
São instrumentos que torturam a mágoa
sem mais lágrimas passíveis de dor.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 20/09/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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