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Ternura

 
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Ternura

Sob este meu enamorado olhar,
teu corpo maduro de mulher,
se lhe desnuda morena beleza,
logo laços de feliz ternura
te cativam, em cada gesto meu.

Se as mãos afagam teus cabelos,
os lábios beijam-nos em deleite,
e seus aromas de flores nativas
me inebriam os sentidos libertos
à paixão serena que nos envolve.

Se meus dedos tacteiam tua face
e teus lábios, logo os meus ávidos
beijam-nos num suspiro prolongado,
sugando-te os gemidos e sussurros
da tua ternura fremente por mim.

Carícias deslizam na ondulação
de nossos corpos dançando unidos
um bailado sem passos ensaiados...
A cada toque sobreponho um beijo
de pétala caída ou pluma solta.

Teus seios, teu ventre, teu velo
se entregam à ternura despudorada,
se ofertam, a esta tortura indolor,
tuas ancas tremem de antecipação
e tuas coxas abrem-se expectantes...

Cada suspiro teu, cada sussurro teu,
são melodias de excitação premente,
gerando as emoções fortes por viver,
mas a ternura de te amar possuída
trava a ânsia de desligar este nó.

E esta ternura nos envolve velando
a nudez dos nossos seres em união
perfeita de nossos corpos e almas,
buscando mais ternura nestes gestos,
cada estrofe rimada de nós em poema.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 20/09/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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