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RicardoC | Publicado: 23/09/2015 12:07 Atualizado: 23/09/2015 12:07 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
AS MUSAS
As musas (gr. Μοῦσαι) eram as deusas da música, da dança, da inspiração poética e, de certa forma, do conhecimento, pois conservavam a lembrança do passado. Pouco antes da época clássica, começaram a personificar a poesia, o canto, a dança e as demais artes, e a elas recorriam poetas, artistas, filósofos e outros intelectuais, em busca de inspiração. Na versão mais conhecida, eram nove irmãs, filhas de Zeus e de Mnemósine, a personificação da memória. Em outras versões, provavelmente mais antigas, são consideradas filhas de Urano e Gaia (ver Alcman Fr. 67 e D.S. 4.7.1). Cantavam divinamente, em geral em coro, e dançavam, muitas vezes acompanhadas pela lira de Apolo. Apareciam sós ou em grupos de tamanho variado; a tradição de que eram nove remonta, provavelmente, a Hesíodo (Th. 26-8). Os nomes e as atribuições de cada musa variam um pouco, conforme a versão mítica mas, a partir do Período Greco-romano, tornaram-se relativamente fixas. Em geral, Calíope era considerada a musa da poesia épica; Clio, da história; Euterpe, da música para aulos; Erato, da poesia lírica; Terpsícore, da poesia lírica com dança, especialmente a coral; Melpômene, da tragédia; Tália, da comédia; Polímnia, dos hinos dedicados aos deuses e da pantomima; e Urânia, da astronomia. As mais antigas referências assinalam que sua moradia ficava na Piéria, ao norte do Monte Olimpo (Tessália), e há várias lendas que as relacionam com músicos da Trácia (Orfeu, Tamiris e Museu), região no extremo norte da Grécia. Fala-se também de sua presença no monte Helicon (Beócia) e no Monte Parnaso (Fócida), onde faziam parte do cortejo de Apolo, que as conduzia. De qualquer modo, é provável que passassem quase todo o tempo no Olimpo propriamente dito, junto às Graças e aos outros deuses, cantando e dançando. Coletivamente, as musas estão presentes nas grandes festas divinas, como as do Olimpo, do casamento de Peleu e Tétis (E. IA 1036-47) e do casamento de Cadmo e Harmonia, e ainda em funerais de heróis, como no de Aquiles. Julgaram a contenda entre Apolo e Mársias e envolveram-se, por sua vez, em algumas disputas musicais: com as sereias, com as filhas de Pieros e com Tamiris. Os desafiantes eram vencidos e a seguir punidos pela audácia. Como divindades ligadas à música e à inspiração, eram frequentemente consideradas mães de vários músicos lendários. Assim, a quase todas é atribuída, individualmente, uma aventura amorosa — Calíope e o deus-rio Eagro, por exemplo, são considerados pais de Orfeu; Urânia, mãe de Himeneu, a personificação da música cantada em casamentos, e do músico Lino. Filologia e fontes Da palavra μοῦσα (lat. musa), derivam, dentre outras, as palavras museu (gr. μουσαῖον, lat. museum), "templo ou lugar consagrado às musas"; μουσική (lat. musica), "arte musical, música"; e μουσικός (lat. musicus), "relativo às musas e à música, músico". As mais antigas referências às musas são a da Ilíada (2.594-600) e a da Teogonia de Hesíodo (53-103), esta a mais completa. Há inúmeras pequenas referências a elas nos hinos homéricos, em Píndaro, Calímaco, Estrabon, Plutarco e muitos outros. Um dos relatos de Pausânias (9.39.1-7) é também de considerável importância. Iconografia As musas eram em geral representadas, na cerâmica, na escultura e em mosaicos romanos, como belas moças de vestes esvoaçantes e com um atributo característico nas mãos: máscara de tragédia ou de comédia (Melpômene e Tália), instrumentos musicais (Calíope, Erato ou Terpsícore), pergaminho (Clio), globo (Urânia). Eram cultuadas em altares localizados em várias póleis, mas seu santuário mais importante ficava logo abaixo do Monte Helicon, no Vale das Musas, onde havia estátuas que as representavam. Esse deve ter sido o primeiro Museu, onde a partir do fim do século -III eram promovidas competições musicais (gr. Μουσεῖα). Na Piéria, na encosta do Monte Olimpo, em Delfos e em Atenas, na Academia de Platão Paus. 1.30.2) elas tinha, também, templos; em Lesbos havia um culto dedicado às "sete musas". É possível que o mito das nove musas seja um amálgama de antigas lendas, mais ou menos locais, originárias da Trácia, de onde passaram para a Tessália, a Fócida e a Beócia. Originalmente, podem ter sido simples ninfas, pois eram cultuadas desde tempos remotos nas encostas de montanhas (v.g. Paus. 4.33.2, Ael. VH 10.21, Hes. Th. 1-8, Plut. De Pyth. Orac. 17) e em locais com fontes e nascentes (v.g. Simon. Fr. 577, Theoc. 7.148). FONTE: http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0192 |
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RicardoC | Publicado: 23/09/2015 16:06 Atualizado: 23/09/2015 16:06 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
Alexandrinos são versos que obedecem uma estrutura de frases com doze sílabas com tônica na sexta e na duodécima silabas além do uso da cesura a gerar os famigerados hemistíquios, isto é, os "semi-versos" de seis sílabas, onde o primeiro hemistíquio deve terminar com a tônica em uma palavra oxítona ou paroxítona terminada em vogal para elisão com vogal junto à primeira palavra do segundo hemistíquio. O uso de proparoxítonas ou paroxítonas terminadas em consoantes, portanto, deve ser evitado na sexta sílaba tônica.
Repare-se que evitar não é proibir. Ao contrário do que defendia Bilac que, aliás, suprimia inclusive os hiatos para obter uma métrica ideal. Não obstante, penso que se uma teoria de versificação feita a partir do idioma francês acaba por mutilar vocábulos no nosso idioma, temos que defender sua revisão. Tenho revisado esses sonetos antigos, mas confesso que não logrei substituir proparoxítonas e paroxítonas terminadas em consoantes de todos os hemistíquios iniciais. Se isso for defeito grave, o leitor julgue e me oriente em seus comentários. Abraços, Ricardo Cunha. |
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RicardoC | Publicado: 23/09/2015 23:06 Atualizado: 23/09/2015 23:06 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
Alexandrinos - todo verso alexandrino é dodecassílabo, mas nem todo verso dodecassílabo é alexandrino.Para que um verso dodecassílabo seja alexandrino, deve ser composto de dois hemistíquios, ou seja dois versos hexassílabos (6 sílabas métricas)independentes sendo que o primeiro deverá ter sempre terminação aguda ou grave -jamais esdrúxula. Se for grave, deverá fazer elisão com a primeira sílaba do segundo hemistíquio(verso).
FONTE: http://eusoneto.blogspot.com.br/2010/ ... etos-eloah-borda.html?m=1 |
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RicardoC | Publicado: 24/09/2015 16:16 Atualizado: 24/09/2015 16:16 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
Apolo (gr. Ἀπόλλων) era o deus das profecias, da medicina e da música, também associado ao pastoreio e ao sol. Na época clássica o sol era por vezes chamado de "carro de Apolo" e, talvez por isso, ele tenha sido considerado também o deus da luz e da juventude.
Não há menção segura a Apolo nas tabuinhas micênicas; como na Ilíada ele já aparece bem caracterizado, é provavel que sua origem remonte à Idade das Trevas. Há algumas semelhanças entre Apolo e divindades da Ásia Menor, mas isso é insuficiente para considerá-lo de procedência oriental. Apolo era considerado filho de Zeus e de Letó, e irmão gêmeo de Ártemis. Nasceu na ilha de Delos e a parteira foi ninguém menos que a própria Ártemis, nascida poucos minutos antes. Depois de passar algum tempo entre os Hiperbóreos, no extremo norte do rio Oceano, dirigiu-se a Delfos, onde matou uma serpente, Píton (ou Delfine, conforme a versão), filha de Gaia. Esse mito simboliza a supremacia dos "novos" deuses olímpicos, associados à luz, sobre as antigas divindades ctônicas, associadas à terra. Em Delfos, Apolo consagrou também a trípode, um de seus atributos, onde antes existia um antigo oráculo de Gaia ou de Têmis, instituindo então o famoso Oráculo de Delfos. As respostas ambíguas dadas pela sacerdotiza, a pítia, valeram-lhe o epíteto de Lóxias, "o oblíquo". Apolo era considerado o deus da música e, embora as lendas relatem que Hermes inventou a lira e a flauta, foi Apolo que, tocando-as, levou-as à perfeição. Ele dirigia, no Olimpo, o coro das Musas e a dança das Cárites, suas irmãs, e entretia os demais deuses olímpicos com a lira. Os amores Apolo não se casou, porém teve muitos amores, e praticamente nenhum foi bem sucedido. Apesar de sua divindade e beleza, era sistematicamente recusado tanto por divindades como por mortais. A ninfa Dafne pediu que os deuses a transformassem em loureiro (gr. dáphne) para fugir das investidas de Apolo. Coronis, filha de um rei da Tessália, e Marpessa, filha do rei da Etólia, abandonaram o deus e se uniram a homens mortais. A princesa troiana Cassandra prometeu se unir a ele caso o deus lhe ensinasse a arte da profecia, mas não cumpriu sua parte. Apolo, então, fez com que ninguém acreditasse em suas profecias que, no entanto, eram sempre corretas. Além de Dafne, dois outros mitos relacionam os amores de Apolo com os vegetais: o de Ciparisso e o de Jacinto. Ciparisso, um belo rapaz amado por Apolo, matou acidentalmente um veado, seu animal de estimação. A tristeza foi tão grande que o jovem pediu aos deuses que suas lágrimas durassem eternamente; foi, então, transformado em cipreste (kypárissos, em grego), a árvore da tristeza. Jacinto, por quem tanto Apolo como Zéfiro, o vento oeste, estavam apaixonados, morreu acidentalmente. Ele e Apolo se divertiam lançando o disco, e Apolo atingiu-o sem querer (o ciumento Zéfiro, em algumas versões, desviou o disco de propósito). Desgostoso, o deus transformou-o em uma flor, o jacinto (gr. yákinthos), para imortalizar seu nome. Asclépio Apesar de tudo, Apolo conseguiu se tornar pai. Seus filhos mais conhecidos foram o herói Aristeu, que teve com a ninfa Cirene; o herói-deus Asclépio, nascido de Coronis; Naxos e Mileto, heróis epônimos da ilha e da cidade homônimas, nascidos de Acacális, filha do rei Minos; e, segundo alguns mitógrafos, teve filhos também com uma ou duas Musas. Outros mitos Apolo era um arqueiro excepcional, e suas flechas eram capazes de produzir doenças e de causar morte súbita entre os homens. Embora tocasse "divinamente" diversos instrumentos musicais, era mais comumente associado à lira. Não era um bom esportista, como atestam os episódios de suas disputas musicais com Pã e com Mársias. FONTE:http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0181 |
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RicardoC | Publicado: 25/09/2015 10:57 Atualizado: 25/09/2015 10:57 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
CRONOLOGIA DO CERTAME MUSICAL
Mediante um estudo comparado, identificamos 13 fases do mito (Ver gráfico em anexo): 1. Invenção do aulós por Atena. 2. Aulós imita grito gorgoneano. 3. Deformação do rosto (imagem espelhada no leito do rio). 4. Atena rejeita o aulós. 5. Mársias acha o aulós. 6. Mársias desafia Apolo. 7. Disputa entre Mársias e Apolo. 8. Apolo propõe competir com instrumentos trocados (versão alternativa). 9. Apolo vencedor. 10. Mársias arrepende-se e suplica perdão. 11. Castigo e sacrifício de Mársias por Apolo (esfolamento, escorchamento ou desolhamento). 12. Olimpos, Ninfas, animais das montanhas e outros seres selvagens lamentam, em prantos, a morte de Mársias. 13. Nascente do rio Mársias, na Frígia, encontra-se onde o sátiro homônimo fora esfolado por Apolo (trata-se de uma presença do mito numa explica- ção mitológica da toponímia frígia). FONTE: http://revista.classica.org.br/classica/article/view/77 |
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RicardoC | Publicado: 25/09/2015 14:27 Atualizado: 25/09/2015 14:27 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
Febo ("brilhante, luminoso") era o deus romano equivalente ao grego Apolo, de cujo nome passou a ser um epíteto. Irmão gêmeo de Diana, também conhecida por Ártemis, e também filho de Júpiter com Latona. Personificava a luz, era o deus das músicas, e o mais belo de Roma.
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Febo |
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RicardoC | Publicado: 26/09/2015 19:07 Atualizado: 26/09/2015 19:07 |
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Re: A LIRA E A FLAUTA -- invocação às musas
Série de sonetos escrita por mim em 1995, A LIRA E A FLAUTA são os primeiros sonetos alexandrinos que publico no LUSO-POEMAS. Eu parei de escrever dodecassílabos há cerca de quinze anos, procurando me especializar no verso heroico e na redondilha maior. Via os alexandrinos como vão virtuosismo e foi com muito esforços que os revisei no afã de torná-los menos rebuscados. Espero que algum sucesso...
A história do duelo musical me interessou então como exercício de imaginação, pois, percebi que mais do que simplesmente recontar os mitos eu poderia propor discursos e poéticas para suprir as lacunas da própria história conservada a partir do originais da antiguidade. Por isso intentei em pôr no lugar de Apolo e imaginar qual foi a canção que ele cantou para virar a partida diante de Mársias e mesmo quais a razões de Mársias para a temeridade de enfrentar o Febo... Por fim, escrevi por achar que a história tal como me foi apresentada pelos mitólogos e poetas não havia dito tudo o que eu julgava digno de interesse. É isso. Abraços, Ricardo Cunha. |