Poemas : 

A Canção de Budapeste

 
Seria preciso cantar-te,
mas secaram as tintas e os versos.
Secaram em farpados arames,
que mais te aprisionam
que abraçam.

Seco, ficou o desejo de falar de tuas Csárdás,
pois já não se ouve os acordes de Liszt,
silenciados pelas bombas da intolerância
e pelo urro dos tristes ogros das fronteiras.

Talvez, nalgum tempo de outros amanhãs,
outros Cantos cantem a verde beleza
que te fez amada pelo Mundo.

Mas não agora,
pois patéticos fantasmas inumanos
acusam-te com a sombra da impiedade.




Produção e divulgação de Vera L. M. Teragosa.
Lettre la Art et la Culture


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Blog - Versos Reversos

 
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FabioVillela
 
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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 19/09/2015 05:59  Atualizado: 19/09/2015 05:59
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: A Canção de Budapeste
e eis-me perante um excelente texto
"secaram as tintas e os versos
Seco, ficou, o desejo de falar de tuas Csárdás,
pois já não se ouve os acordes de Liszt," como se as danças húngaras vivas e alegres acompanhadas pelo violino, não se sentissem também pelo piano, e depois o paralelo com os dias de hoje dos migrantes escorraçados da Hungria, onde "Cantos cantem a verde beleza
que te fez amada pelo Mundo",
contrariam os
"patéticos fantasmas inumanos
acusam-te com a sombra da impiedade.". Irracional.
Parabéns Poeta. Obrigado.


Agradeço-te