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Tesouro Perdido

 
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Tesouro Perdido

Submersos em infinda tristeza,
choram os meus já gastos olhos
perdidos num verde imenso de mar.
Trôpegos, ao sabor da espuma salgada,
quais navegadores inábeis, sem leveza,
encalham em abismais atóis de escolhos.
Náufragos que se perdem por muita amar,
na busca incessante da tua imagem amada.

Com eles, vai o meu despedaçado coração,
pobre amigo errante, de parcas venturas;
Saudaso, carente, andrajoso e desvalido,
viajante eterno que almeja um tesouro.
O meu espírito, sequioso e embriagado capitão,
brutal tirano desta nau malfadada à aventura,
comanda sem arte, por rumo mal definido,
o funesto corpo até ti, minha prata e ouro.

Porém, para te conquistar a fugidia alma,
sitiada numa longínqua e inacessível ilhota,
é-me preciso, sem fracasso, retomar a rota,
em ameno tempo, maresia calma.

Se serei teu vencedor ou, apenas, teu vencido,
por desespero, já não me perturba a demente razão,
ora teu demoníaco senhor, ora teu humilde cativo,
cobrirei o teu corpo com o manto da minha paixão.
Entre batalhas, de ilusão, guerreiro perdido.
Tão só, senhor de domínio vão, assaz altivo.

Ès a minha rosa, o meu lírio,
a minha evasão, a minha dor.
O meu sonho, meu delírio,
Pelo Universo, o MEU AMOR.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 13/09/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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